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AO VIVO: Sindicalistas de 50 países debatem os desafios do futuro do trabalho no 13º ConCUT

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Aos 36 anos, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) reúne filiados para tratar de crescimento, democracia e direitos ameaçados – temas relacionados ao trabalho e aos desafios do sindicalismo em todo o mundo. Mais de 100 sindicalistas de 50 países do mundo debatem durante o 13º Congresso Nacional da CUT. O Sindicato dos Trabalhadores em Rádio e TV do RJ, que contribuiu para a fundação da CUT há três décadas, também marca presença no evento.

O seminário internacional abre o 13º Concut que está sendo realizado na Praia Grande entre os dias 7 e 10, reúne mais de dois mil delegados e delegadas, representantes de trabalhadores urbanos e rurais,  vindos de todo o país.

Os delegados e delegadas vão se debruçar sobre temas como o futuro do sindicalismo frente aos avanços das novas tecnologias, desregulamentação e precarização do trabalho e alternativas de organização dos trabalhadores.

 

Assista à cobertura e participe do chat ao vivo no YouTube:

(Confira a declaração do Presidente Leonel Querino no minuto -27,40)

 

De volta às origens

“É um lugar simbólico, ali foi o pré-nascimento da CUT”, diz à TVT o secretário-geral da entidade, o metalúrgico Sérgio Nobre, 54 anos, referindo-se a Praia Grande. Foi naquela cidade a menos de 80 quilômetros da capital paulista que ocorreu a 1ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, a Conclat, em agosto de 1981, reunindo todas as correntes de pensamento do movimento sindical, que se rearticulava após anos de repressão. O Brasil ainda estava sob o governo de João Figueiredo, último dos generais-presidentes, e convivia com instabilidade política.

Grupos de extrema-direita não aceitavam o já lento processo de “abertura” política: em 1980, uma bomba matou a secretária Lyda Monteiro da Silva na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro. Em maio do ano seguinte, exatamente o da Conclat, outra bomba explodiu antes do tempo e matou um militar no Riocentro, que realizava um festival de música. Documentos mostram que a própria Conclat foi monitorada por arapongas do regime.

Sérgio lembra que, ao longo dos anos, a CUT consolidou o conceito de sindicalismo cidadão, que procura não se ater a questões trabalhistas. E também prevaleceu a ideia da negociação, do diálogo. “Nós somos combativos, vamos para a rua, fazemos greve, mas apresentamos soluções.”

A CUT foi a primeira central brasileira, ainda fora da estrutura sindical, cuja instância máxima eram as confederações profissionais. As centrais só foram reconhecidas formalmente em 2008, com a Lei 11.648, assinada pelo então presidente Lula.

 

Sindicatos sob ataque

Para o 13º ConCUT, estão previstos dois seminários internacionais, sobre o futuro do sindicalismo e a desregulamentação e precarização do trabalho.

No último dia, será escolhida a nova direção – nos dois últimos mandatos, a presidência foi exercida pelo bancário Vagner Freitas. O 11º Concut, em 2012, aprovou a paridade de gênero, com os cargos divididos igualmente entre homens e mulheres. Essa resolução foi implementada a partir de 2015.

Desde então, a situação econômica se deteriorou e a política mudou drasticamente. Um processo de impeachment tirou Dilma da Presidência da República em 2016. No ano passado, Lula foi preso. Nesse hiato, um deputado obscuro, Jair Bolsonaro, elegeu-se com retórica moralista e antipolítica, apesar de viver da política há três décadas. Movimentos extremistas ganharam espaço e a agenda parlamentar foi ocupada pelo discurso de ajuste fiscal e de reformas, com destaque para a da Previdência, ainda em discussão no Senado – a trabalhista, dois anos atrás, ajudou a deteriorar o mercado, que agora cria empregos predominantemente informais e sem proteção social. Nesse cenário já adverso, sindicatos perderam fonte de receita e se enfraqueceram. Além de se reorganizar para sobreviver, o movimento sindical tem o desafio de combater o contínuo desmonte das políticas e leis de proteção social.

 

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